Dia de Combate à Intolerância Religiosa é lembrado em Macaé
Com o tema ‘Todos na mesma roda’, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, cuja data alusiva é 21 de janeiro, foi celebrado, nesta terça-feira (24), com a integração de representantes de diversos segmentos religiosos, na sede do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF/Macaé). O foco é destacar estratégias de combate ao racismo e à intolerância, conscientizando que todas as práticas religiosas merecem respeito e alertando sobre o perigo da discriminação e do preconceito.
Integraram a roda: Marcos Ferreira Lopes (candomblé); Magnum Amado (umbanda), Saraiva Júnior (espiritismo), Elias Hermenegildo (evangélica) e Alexandre Cruz (catolicismo). Também estavam presentes: a defensora pública, Karine Terra (3º Núcleo Regional de Tutela Coletiva), e a secretária de Políticas para as Mulheres, Sheila Juvêncio.
De acordo com a secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Zoraia Braz, todos os convidados têm algo a compartilhar em prol de consolidar Macaé como uma cidade antirracista. “Temos previsões legais e ações que devem ser intensificadas para que o direito religioso seja respeitado e as estratégias de combate ao racismo sejam colocadas em prática”, ressalta.
Na roda de conversa, o secretário de Saúde, Alexandre Cruz, disse: “O amor, a paz e o respeito são as bases para se ter um dia a dia pautado na leveza e sem preconceitos, com cada um respeitando a vida do próximo. Parabenizo à Secretaria de Igualdade Racial por realizar um evento de tamanha importância”.
Já Marcos Ferreira (umbanda) pontuou que mesmo com a Prefeitura de Macaé atuando na luta do enfrentamento racial, tudo ficou ainda mais reforçado. “Esta consciência aliada à legalidade nos leva a refletir sobre a importância de datas como a Semana Municipal da Consciência Negra e outras ações que foram e devem ser avaliadas com respeito, pois questões como intolerância religiosa e matrizes africanas fizeram parte destas ações”, explica.
“Ser tolerante e respeitar as matrizes africanas. Estamos refletindo sobre esta questão para fazer diferença na sociedade. O direito constitucional, o racismo como crime, os conceitos e as práticas devem ser avaliados diariamente”, enfatiza Magnum Amado, ao lembrar que 50% dos casos registrados no país são caracterizados como intolerância religiosa.
Elias Hermenegildo esclareceu que encontros como estes são fundamentais. “Vamos tratar de desmistificação da religião africana e construções de conceitos que foram criados ao longo dos últimos anos”, frisa.
Saraiva Júnior destacou que é de suma importância o passeio histórico pelo campo religioso e a intolerância. “Agradeço o convite. O encontro de pensamentos e reflexões não pode ser esquecido”, diz.
Participando do evento, a coordenadora de Cultura Afro da rede municipal, Kátia Magalhães, confirmou que ocasiões como estas devem ser repetidas para se discutir sobre racismo, tolerância e previsões legais que não devem ser esquecidas. “Desde a criança ao idoso, o racismo é um tema amplo e levado para reflexão apenas”, destaca.
A secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial finalizou destacando que o objetivo é refletir sobre a necessidade de se ter práticas de aceitação, valorização e respeito à diversidade cultural, que inclui a diversidade religiosa e o reconhecimento da legitimidade de cada uma das religiões praticadas no Brasil, enquanto um país laico. As próximas atividades da pasta serão o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, e a data alusiva ao combate ao racismo, 21 de março.
Data- O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa serve para alertar as pessoas sobre o problema da intolerância gerado pelo desrespeito às diversas crenças. A Constituição Federal assegura a todos liberdade de credo e crença, sendo livre o exercício de suas liturgias. Diante disso, esta comemoração é considerada um marco pela luta ao respeito da diversidade religiosa, pois além de alertar para a discriminação no âmbito religioso, propõe a igualdade para professar as diferentes religiões.
Vale lembrar que o preconceito e a intolerância religiosa são considerados crimes no Brasil, passíveis de punição prevista no Código Penal. O Brasil é um país laico, sendo assim, não possui uma religião oficial e garante, por meio da Constituição Federal, que todo cidadão possa manifestar livremente suas crenças e cultos, assim como não há obrigatoriedade de exercê-los.